Políticos espalham a Covid-19
Os políticos devem ser responsabilizados caso Sergipe registre uma segunda onda da Covid-19. Com raras exceções, os candidatos a prefeito e vereador estão promovendo aglomerações de pessoas, a grande maioria sem máscaras e, portanto, expostas à contaminação. Diferente do início da pandemia, quando qualquer evento era prontamente reprimido pela Polícia, agora o governo assiste de camarote os políticos desrespeitarem as normas sanitárias impostas para conter o avanço da doença. Aqui e ali, a Justiça Eleitoral tem proibido aglomerações políticas, mas estas proibições isoladas surtem pouco efeito, diante do grande volume carreatas e comícios realizados no estado todos os dias. Devido a incapacidade do poder público em barrar estas ações criminosas, só resta ao cidadão votar contra os candidatos que insistem em propagar a Covid-19. Quem age assim não merece ser eleito para administrar uma cidade ou representar o povo no Legislativo. Diga não a esses políticos mequetrefes. Crendeuspai!
Cabeças cortadas
Dois dos quatro prefeituráveis de Carira tiveram os registros de candidaturas negados pela Justiça. Arodoaldo Chagas, o “Negão” (PSC), foi considerado inelegível por ter tido as contas reprovadas pelo Tribunal de Contas da União. Já “Dr. Robson” (Republicanos) foi punido porque se filiou fora do prazo. O candidato Diogo Machado (PSD) também pode ter o registro negado, sob o argumento de ter sido condenado em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de Sergipe. Misericórdia!
Abaixo a intolerância
Enquanto igrejas católicas e evangélicas se espalham por Sergipe, centros afrodescendentes estão reduzindo suas atividades, se transferindo para áreas menos povoadas ou fechando as portas por conta da intolerância religiosa. Isso mostra como ainda é forte a intolerância religiosa, apesar de a Constituição Brasileira deixar claro ser este um país laico, que respeita todas as manifestações dos credos religiosos e da fé. Só Jesus na causa!
Último dia
Termina nesta segunda-feira, o prazo para substituição de candidatos a prefeito e a vereador. A exceção só ocorre se o postulante morrer. Se ocorrer substituição após a geração das tabelas para elaboração da lista de candidatos e preparação das urnas, o substituto concorrerá com o nome, número e a fotografia do substituído. Vixe!
Antes e depois
No período eleitoral
Candidato vira santo
Bota a cara em todo canto
Favela, sítio, hospital,
Tapera, escola, curral,
Velório, igreja, pensão,
Promete o céu e o chão
Jura descaradamente
Mas muda radicalmente
Quando acaba a eleição!
O cordel acima é do poeta Merlânio Maia
Sem biometria
Após 12 anos de implantada, a biometria não será usada nestas eleições. Para suspender a identificação biométrica, a Justiça Eleitoral seguiu recomendação de infectologistas, em razão da pandemia de Covid-19. Os médicos concluíram que a identificação pela digital aumenta as possibilidades de infecção, já que o leitor biométrico não pode ser higienizado com frequência. Também levaram em conta que a biometria aumenta as aglomerações, uma vez que esse processo é mais demorado do que com a assinatura no caderno de votações. Ah, bom!
Voto não tem preço
Padre Isaías Nascimento, da Cáritas Diocesana de Propriá, está orientando o povo quilombola a escolher seus candidatos a prefeito e vereador “pensando no território ou na comunidade a qual pertence. Cobrem dos candidatos um posicionamento público e claro a favor do território e de políticas públicas a serem executadas nas comunidades”, afirma. O religioso também pede aos quilombolas para não venderem o voto: “Voto não tem preço, tem consequência”, revela Isaías. Este ano, 15 mulheres, representando 10 dos 29 quilombos de Sergipe, são candidatas a vereadoras. Legal!
Dois sentidos
Veja o que publicou no Jornal da Cidade a coleguinha Thaís Bezerra: “O PT está disputando as eleições em Aracaju de olho no resultado do pleito de Lagarto. Enquanto se esforçam para colocar o prefeiturável Márcio Macedo no 2º turno da capital, os petistas rezam para o deputado federal Fábio Reis (MDB) se eleger prefeito em Lagarto. É que se o emedebista derrotar a prefeita lagartense Hilda Ribeiro (SD), Márcio herda a cadeira na Câmara Federal. Como gato com dois sentidos não pega rato, é bom a turma da estrela solitária focar na campanha de Aracaju para não ficar sem o mel nem a cabaça”. Home vôte!
Vida mansa
Lembrete a quem amanheceu nesta segunda-feira na maior pindaíba: cada vereador de Aracaju custa anualmente aos contribuintes a bagatela de R$ 1,4 milhão. Pior é que, diferente de quem trabalhada de sol a sol para ganhar um minguado salário mínimo, os vereadores aracajuanos quase nada fazem para justificar as mordomias a que têm direito. São uns marajás!
Traíras em ação
Sergipe está infestado de uma espécie que faz muito mal à democracia e causa sérios prejuízos financeiros aos candidatos descuidados: o vendedor de votos. Também chamadas de traíras, essas pessoas aproveitam o prestigio político que têm na região onde vivem para faturar com as eleições. Muitos conseguem vender o mesmo curral eleitoral a mais de dois candidatos. Pior é que a “vítima” não pode se queixar contra os traíras, pois a compra de votos é ilegal e, por isso mesmo, realizada sem recibo. Desconjuro!
Recorte de jornal
Publicado no jornal aracajuano Folha da Manhã, em 31 de julho de 1938.
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