Bancada do amém
Quer apostar uma mariola como a Assembleia vai aprovar os dois projetos do governo mantendo um imposto e reajustando outro. O Fundo Estadual de Equilíbrio Fiscal, a ser mantido, afeta diretamente as indústrias, que repassarão o custo para o consumidor. O outro reajusta o imposto de transmissão de causa mortis e doação. Claro que a pequena oposição vai espernear, mas a bancada do amém avalizará os projetos do Executivo, sem perder um tempinho sequer para ler o conteúdo deles. Para iludir a plateia, alguns deputados governistas até farão discursos inflamados criticando os tributos em debate. No final, contudo, se curvam ao governante de plantão e dão as costas para os contribuintes, de quem só precisam a cada quatro anos para se reelegerem e continuarem dizendo amém ao dono da caneta e do Diário Oficial. Só Jesus na causa!
Contas erradas
E o senador eleito Rogério Carvalho (PT) corre contra o tempo para explicar ao TRE porque entregou as contas de campanha fora do prazo e o motivo das divergências de valores detectadas pelos técnicos da Justiça Eleitoral. O petista garante ter argumentos para dirimir as dúvidas. Segundo ele, “houve um mero erro aritmético, fato que ocasionou a variação de valores”. Então tá!
OAB vigilante
A seccional sergipana da OAB lançou, ontem, o Observatório da Democracia. A iniciativa objetiva manter a Ordem atenta a todos e quaisquer atos contra a democracia e a liberdade individual. A solenidade foi prestigiada pelo presidente da seccional carioca, Felipe Santa Cruz, futuro presidente nacional da OAB. Legal!
Sem liderança
A pequena oposição na Câmara de Aracaju está sem liderança desde que o vereador Cabo Amintas (PTB) renunciou ao cargo. Chamado para substituir o colega, o vereador Lucas Aribé (PSB) rejeitou o fardo: “liderança não se impõe, se conquista”, disse. Amintas renunciou por não ter sido avisado pelos colegas oposicionistas sobre a ação judicial movida conta o reajuste da tarifa dos ônibus: “Eu me senti traído”, choramingou o cabo. Homem, vôte!
Aracaju fede
Mesmo com a empresa Torre tendo retomado a coleta de lixo, Aracaju está fedendo pra cachorro. É grande o volume de lixo domiciliar nas esquinas da capital. A empresa suspendeu a coleta visando pressionar a Prefeitura pagar pelos serviços prestados nos meses de maio, agosto, setembro e outubro. Depois de uma reunião na Emsurb, a Torre decidiu reiniciar a coleta. Melhor assim!
Sem preconceito
O ministro aposentado Carlos Ayres de Britto recebeu, em nome do Supremo Tribunal Federal, o certificado MoWBrasil 2018. Oferecido pela Unesco, o prêmio homenageia o STF por ter reconhecido a união homoafetiva e a garantia dos direitos fundamentais aos homossexuais. Tendo sido relator das duas ações, o sergipano Carlos Brito afirmou que “a Constituição promoveu o parto inicial da democracia e depois desembocou no porto do não preconceito”. Que bom!
Papo de aliados
E quem esteve com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) foi o deputado federal Laércio Oliveira (PP). Foi ontem, durante o encontro do presidente com a bancada pepista Câmara Federal. A conversa girou em torno de temas como relações internacionais, meio ambiente, geração de emprego e valores familiares. “Existe uma convergência entre os projetos do futuro governo e do nosso partido”, explica Laércio.
É proibido proibir!
Tramita na Assembleia projeto condenando o constrangimento aos professores da rede estadual nas salas de aula. De autoria da deputada Ana Lúcia (PT), a matéria visa assegurar o direito à liberdade de expressão e pensamento, bem como a livre docência, inspirada nos princípios da Constituição Federal. Segundo a petista, a aprovação do projeto resguardará os princípios da liberdade de aprender, ensinar e pesquisar, além de garantir o pluralismo de ideias. É vero!
Grana pra segurança
Este governo temerário sancionou lei destinando parte da receita da arrecadação de loterias para a segurança pública. Da verba a ser repassada ao setor, metade vai para os estados. A outra metade será dividida em 20% para programas de qualidade de vida dos policiais e agentes penitenciários e 30% para gestão do governo federal. Com a parte que terá do dinheiro, o governo federal poderá fazer convênios com os estados e municípios ou então a compra direta.
A prosa é outra
E quem não quer nem ouvir falar em eleição é o deputado federal Fábio Mitidieri (PSD). Quando alguém o indaga sobre o assunto, ele é curto e grosso: “Agora, eu só sou candidato a ser um bom deputado federal”. De acordo com Mitidieri, esta é a hora “de trabalhar e ajudar nosso governador a recuperar Sergipe, a melhorar a vida dos sergipanos”. Marminino!
Recorte de jornal
Publicado no jornal Correio de Aracaju, em 31 de janeiro de 1920.